segunda-feira, 20 de junho de 2022

Tópicos para discussão (sugestões) e temas para construção de texto em dupla:


 

- A relação do conceito de “liquidez” com os relacionamentos atuais

-  A crise ética do respeito a si e ao próximo.

- O hiper individualismo pós-moderno: cada qual com seu cada qual.

-  Redes sociais: o fim do relacionamentos reais em prol dos virtuais ?

- A angústia pós-moderna: ter todos e não ter ninguém

 

A dupla deve escolher um dos tópicos acima relacionados com o texto e produzir uma redação com:

Título (usar o mesmo do tópico escolhido)

Introdução  (1 paragrafo)

Desenvolvimento (2 a 3 parágrafros)

Conclusão (1 parágrafo)

domingo, 13 de março de 2022

3º ano :: 1º Bim :: (aula 3) :: Empirismo

  "A sabedoria dos homens é proporcional não à sua experiência mas à sua capacidade de adquirir experiência." George Bernard Shaw

O apalavra empirismo vem da palavra 'empíria' que quer dizer experiência. Desta forma, o empirismo é uma abordagem teórica da Teoria do Conhecimento que considera a experiência  como elemento primordial para se obter o conhecimento.

É a partir do que experimentamos que passamos a aprender e entender as coisas. Sem a experiência, restam apenas pensamentos que, segundo os empiristas, não representam um conhecimento verdadeiro.

Experimentar é algo que está fortemente conectado com nossa própria vida, basta pensarmos que uma vida sem experiências é uma "vida sem vida", pois lhe falta sentido, lhe falta conteúdo e substância.


Assim, consideramos que o empirismo  é uma doutrina filosófica cujo principal teórico é o inglês John Locke (1632-1704). Além de escrever sobre Teoria do Conhecimento (tema que estamos abordando aqui), ele também escreveu importantes abordagens sobre política.
No que diz respeito ao conhecimento, a filosofia empirista de Locke defende uma linha de pensamento chamada por ele de  Tábula Rasa.

Trata-se da ideia de que nós não conhecemos nada quando nascemos, ou seja, somos "nada" em termos de conhecimento, somos como uma lousa em branco que vai recebendo informações à medida que novas experiências vão ocorrendo.


Um exemplo: uma pessoa logo que nasce não tem noção de absolutamente nada. De acordo com essa forma de pensar, só sabemos que o fogo queima após sermos queimados ou vermos alguém ou algo queimar. Antes disso ocorrer o fogo não significa nada. Isso vale para qualquer outra coisa.

Nossa capacidade intelectual de pensamento está, segundo a doutrina empirista, submetida ao que experimentamos, ou seja, só é possivel pensar a partir de coisas que você vivenciou ou experimentou, cada coisa experimentada torna-se um item a mais na sua coleção intelectual de conceitos.

E se pensarmos em um unicórnio  ? ou um dragão ? São seres que não existem na realidade empírica mas mesmo assim pensamos neles, ou seja, existem enquanto pensamento.  Bem, a resposta empirista sobre situações como essa baseia-se na ideia de que a imaginação, os sonhos ou mesmo os delírios sempre recorrem ao nosso "banco de dados" formado por experiências. 

 
Deste modo, um unicórnio pode ser simplificado (separando o cavalo branco do chifre) e chegaremos à conclusão de que os itens separados que formam seres imaginários são existentes na realidade, mesmo que os próprios seres não existam, pois são apenas uma junção de conceitos adquiridos previamente através da experiência.

É diante disso que Segundo Locke, “nada pode existir na mente que não tenha passado antes pelos sentidos”, ou seja, as ideias surgem da experiência externa (via sensação), ou interna (via reflexão), e podem ser classificadas em simples (como a idéia de altura, comprimento, etc,  que vêm da visão) ou compostas (a idéia de unicórnio, resultado de uma associação de idéias cavalo+chifre). 

Segundo a teoria de Locke (com a qual concordavam os demais empiristas), a razão, tem a função de apenas organizar os dados empíricos, de unir uns dados aos outros, que lhe chegam através da experiência. A possibilidade de termos ideias inatas ou seja, de já nascermos com ideias mesmo sem experiência, fica completamente descartada na abordagem empirista.

No campo da ciência, o empirismo se desenvolveu de forma sólida, pois o empírico deve ser compreendido como aquilo que pode ser falso ou verdadeiro apenas se for verificado por meio das experiências e observações e seus resultados. 

O empirismo causou uma grande revolução na ciência, pois graças à valorização das experiências e do conhecimento científico, o homem passou a buscar resultados práticos, buscando o domínio da natureza. A partir do empirismo surgiu a metodologia científica.
Teorias não são o suficiente, somente pela da experiência, pela observação é que se pode obter um conhecimento válido.


Outro importante teórico empirista foi o escocês David Hume (1711-1776), que contribuiu com a epistemologia ao discutir o princípio da causalidade. Segundo Hume, não existe conexão causal, e sim uma seqüência temporal de eventos, que pode ser observada. Iremos falar um pouco mais sobre David Hume na próxima postagem.

Além de John Locke e David Hume, outros filósofos que são associados ao empirismo são: Aristóteles, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Thomas Hobbes, George Berkeley e John Stuart Mill.

Atividade 2


1. O que quer dizer a frase de Locke: "Nada está no intelecto que não tenha estado antes nos sentidos."
2.  Se um unicórnio pode ser pensado mesmo sem nunca ter sido visto, então qual a explicação do empirismo para isso ?


terça-feira, 8 de março de 2022

2º ano :: 1º Bim (aula 4) :: Conceitos Básicos


Olá pessoal, a compreensão dos conceitos a seguir irão facilitar seu entendimento sobre a origem da filosofia e de certa forma também da ciência, pois como dissemos antes, a filosofia, ao surgir, se parecia mais com a prática científica que conhecemos hoje, seu objeto era a natureza e não necessariamente o ser humano. Vejamos os conceitos.

Mythos

Trata-se de uma  narrativa que busca compreender o mundo e os eventos que nele ocorrem a partir de explicações que valorizam  aspectos sobrenaturais como possiveis causas. As histórias inventadas não podem ser confundidas com histórias mentirosas. Há um elemento proposital na mentira no sentido de enganar o outro que não há na narrativa mítica. O fato de dizer que pouca chuva ou muita chuva é sinal de bom ou mal humor dos deuses foi apenas uma forma encontrada de tentar responder as coisas, e estas formas estavam diretamente ligadas ao contexto da época. Lembre-se que nossos ancestrais não tinham o Google à disposição, logo o que restava a eles se não inventar respostas ? E além disso a narrativa mítica não acabou, pois até hoje permanece a sensação de que forças sobrenaturais (ou seja, aquelas que não estão na natureza mas agem sobre ela)  influenciam nos acontecimentos do mundo, a própria religião segue continuamente esta lógica até os dias de hoje.


Logos 

Trata-se da linguagem da razão. O pensamento racional possui características como coerência interna, sentido lógico, solidez e universalidade. Essas características  evidenciam um tipo de pensamento que não se desenvolve sobre terrenos frágeis, é necessário uma base sólida para que continue abrindo frente adiante. 

Foi justamente esta fragilidade do Mythos que fez o Logos prosperar, pois o Mythos não evidencia nada, sua regra fundamental de funcionamento é a crença de quem toma conhecimento de seu conteúdo. Esta crença é baseada na autoridade de quem diz. Como exemplo disso podemos citar o caso de algumas etnias indígenas que estão perdendo espaço dentro do seu próprio ethos, uma vez que os membros mais jovens de algumas tribos têm, em muitos casos, perdido o interesse em ouvir dos mais velhos os conteúdos (muitas vezes míticos) de suas próprias culturas. Sem essa interlocução não resta espaço mais para a crença,  pois a crença parece ter sido substituída por outras crenças, como as do estilo de vida da capital, ou mesmo outras crenças religiosas como o cristianismo. O logos, ao contrário, não necessita de que alguém acredite para enfim validá-lo, basta que se compreenda racionalmente o que foi exposto. Entender que 1+1=2 ou que "dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço" não requer crença e sim entendimento racional. O logos se dá ao tentar explicar  acontecimentos naturais de forma racional. 

Physis

 Significa natureza, mas não qualquer natureza e sim a totalidade que opera a partir de princípios ordenados. Se há ordem na natureza e se eu tenho a capacidade de pensar racionalmente (logos) , isso significa que  podemos enfim compreender como as coisas funcionam no mundo natural. 

A disciplina física constantemente traduz matematicamente os eventos que compõem a natureza, como se ela estive à nossa disposição para ser compreendida e também traduzida a partir de conceitos universais, ou seja, válidos de forma abrangente e não limitada.






Arché (ἀρχή; origem),

É o princípio de todas as coisas, substância primordial responsável pela geração de tudo que existe dentro e fora de nós. Ao observar, pesquisar e buscar compreender a Physis, os primeiros filósofos (cientistas) entenderam que o mundo possui uma lógica que pode ser captada e compreendida pela razão, isso os levou à causalidade, ou seja, a ideia de que cada coisa que existe possui uma causa que lhe é anterior. Logo, se A então B, se B então C e assim por diante. Contudo eis que surgiu a seguinte pergunta: e quem criou A ? Se cada coisa criada tem, um passo atrás, algo que o criou, logo isso ou vai parar no infinito (que seria Deus) ou irá parar em um elemento natural (portanto material) a partir do qual tudo se gerou, Este elemento primordial foi chamado à épca de arché. Assim, ao se compreender a arché, teríamos um maior entendimento sobre o mundo de um modo geral. Houve aqui, segundo alguns pesquisadores desse momento da filosofia, uma separação entre filósofos, de modo que alguns retomaram à linguagem do Mythos por entenderem que a arché é de origem divina, e outros que se mantiveram no Logos, por entenderem que o princípio de tudo era algo não fora da natureza, mas pertencente à ela.


terça-feira, 1 de março de 2022

2º Ano :: 1º Bim :: (aulas 1 e 2) - As origens do pensamento ocidental


1. Filosofia é coisa de ateu ?? (pensamento científico grego vs. pensamento mítico)

A filosofia carrega, para boa parte das pessoas,  o estigma de ser considerada como um campo de saber essencialmente ateu, cuja existência se justifica pelo objetivo de desafiar o que é superior e sagrado.

Certamente esse tipo de ideia existe por causa de sua origem. A filosofia nasceu  como uma prática contestadora em relação aos modos de entendimento e explicações  que o mito oferecia, ou seja, contestar era uma forma de abrir espaço para encaixar uma outra forma de entender o mundo, uma forma mais natural e menos sobrenatural (considerando "sobrenatural" como sendo tudo aquilo que está acima da natureza e que de alguma forma exerce uma força decisiva sobre ela).

A filosofia (que nesta época era caracterizada como "filosofia da natureza") surge como uma forma de pensamento e conhecimento  diferentes daqueles que as pessoas estavam acostumadas, e as pessoas estavam acostumadas com explicações sobrenaturais, onde o mundo é regido pelas vontades divinas. A filosofia iniciou algo inédito e que talvez seja a causa de seu estigma de "saber ateu": pensar a natureza pela própria natureza. Se há mistérios no mundo que vivemos, as respostas para os mesmos residem no próprio mundo e não fora dele como dizia a tradição.


O surgimento desta nova perspectiva que buscava compreender a natureza por ela mesma se deu em meados do séc VII na Grécia (veja a linha histórica abaixo). Foi lá que esta forma de pensar racional passou a se colocar contra formas vigentes. Não no sentido de destruir e acabar com a religiosidade grega com seus deuses e deusas, mas de colocá-la em seu devido lugar religioso. Assim, o conhecimento religioso ficaria apenas voltado para questões religiosas e espirituais. As demais questões deveriam agora ser explicadas a partir de um pensamento mais racional, ou seja, aquele que fazia uso da razão e que buscava um sentido mais lógico e coerente. 




Clique na imagem para ampliar



2. Esse "pensamento racional" surgiu com os gregos ?

Certamente não foi na Grécia que esta nova forma de pensar surgiu, até porque  não se trata de uma forma "nova" de se pensar. Vejamos o porquê. 

O povo grego deve parte de sua origem e sua cultura graças ao contato que teve com outros povos, e é a partir desta relação com os demais povos (tenham sido eles vizinhos próximos ou distantes) que o grego passa a compreender o mundo de forma racional. Deste modo, não se trata de um aspecto da natureza grega (ela não nasceu sabendo), mas sim de relação com outros povos que já haviam desenvolvido o pensamento racional mesmo que estes povos jamais tenham utilizado esta forma de pensar para constestar o sentido de seus próprios deuses,  o enfrentamento e a busca por respostas mais claras à luz da razão é sem dúvida uma caracteristica do povo grego tal como dissemos antes. Mas o pensamento organizado, calculado, projetado, etc, este já vinha sendo feito a pelo menos uns 2500 anos antes da civilzação grega.


3. O comércio e sua influência sobre a formação do pensamento racional



A civilização que vivemos no presente deve ao comércio o legado de sua existência, isso se consideramos que para o comércio existir é necessário que haja uma "ordem" no pensamento. A explicação é simples: um comerciante que não organiza seu próprio estoque - por menor que seja este - não vai conseguir saber o que tem a mais e o que está faltando. Além disso, se ele não organizar seus produtos classificando-os por tipo, certamente ele não conseguirá vender, ou seja, não haverá comércio. Isso significa que a prática do comércio obriga aqueles que dela desejam fazer parte a se organizar. Quem compra e quem vende (mão dupla da relação comercial) deve saber o que está vendendo e comprando o que gera uma necessidade de sentido de organização. 





O momento histórico disso ocorreu na antiguidade por volta de 3000 a.C onde o pensamento racional que surge com a prática do comércio começa a se fazer presente em outros espaços das antigas sociedades como por exemplo na construção civil, naval,  na estratégia militar, na agricultura e na domesticação de animais. Estes saberes recebiam agora influência de um pensamento ordenado, planejado enfim, racionalizado. Desta forma é correto dizer que




 "conceitos e práticas das ciências, tais como classificar, ordenar, relacionar, separar, discernir, comparar, prever são conceitos das próprias práticas comerciais. Esses conceitos surgiram na história das ciências e da filosofia como reflexo das próprias relações materiais de existência dos homens, nas práticas de intercâmbio material e intelectual, desde as primeiras sociedades."1



Como dito antes, essa atitude racional do pensamento passou a se fazer presente em outras áreas , como por exemplo a construção de um templo: além de ser um feito em prol da religiosidade (estas sociedades de 3000 a.C eram teocráticas, ou seja, governadas por mortais respresentantes diretos de deus ou dos deuses) movimentava também a economia pois implicava em cálculos de engenharia, nos trasportes e na busca por materiais além do cálculo da distância e dos dias que esses materiais levariam para chegar (o que hoje em dia chamamos de logística). Um exemplo disso são as pirâmides egípcias, pois o que se sabe que as pedras utilizadas em sua constução não existiam no lugar, ou seja, vieram de outro lugar a uma certa distância. Definitivamente era necessário calcular tudo isso, caso contrário nada seria feito.

O interessante é que mesmo estas sociedade sendo altamente religiosas isso não impossibilitou a prática racional no cotidiano das pessoas, desde uma simples compra no mercado local até a construção de um enorme templo, tudo já funcionava impulsionado pela racionalidade. O que os gregos mais tarde fizeram foi aproveitar este legado racional do passado para confrontar um conjunto de respostas os quais eles (sobretudo os filósofos) julgavam não responder mais às antigas dúvidas. Não bastava mais aceitar a ideia de que o mundo surgiu de "um encontro amoroso entre a noite e o dia". Era necessário algo que fizesse mais sentido, e a razão parecia ser a via adequada para estas novas respostas.






Por Matheus G.F Pinto



Atividade da aula


1) Por que a filosofia carrega até hoje a fama de ser um pensamento ateu?
2) Qual a diferença da narrativa mítica para filosófica?
3) Por que o pensamento racional não era exclusividade dos gregos e já existia em meados de 3000.A.C
4) Qual o papel do comércio no surgimento da filosofia?
5) Por que o mito não acabou ?






1. http://filosofonet.wordpress.com/2007/09/25/racionalidade-e-a-origem-da-civilizacao-ocidental/


TOURINHO, Carlos Diógenes. Saber Fazer Filosofia Da Antiguidade à Idade Média Carlos Diógenes Tourinho - Aparecida - SP: Editora Ideias & Letras , 2010


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

3º Ano :: 1º Bim :: Aula 2 e 3 :: René Descartes e o advento da Subjetividade (Sujeito) pela dúvida.


1. Lembrando um pouco sobre o sujeito...



Ouvimos muito falar em sujeito e objeto. Essas duas palavras estão sempre presentes nos discursos científicos, quando lemos algo:"e o objeto de pesquisa dos biólogos são os seres vivos". A ideia é a de que um objeto para ser compreendido e conhecido ele necessita de um sujeito, pois como vimos antes, é o sujeito quem dá sentido ao objeto e não o contrário, ou seja,  sem o sujeito que pensa e que tem as ferramentas de compreensão não haveria objetos (qualquer coisa) da forma como conhecemos hoje ou seja, com um nome, um sentido e suas características. Haveria apenas a coisa em si, presa nela mesma.

2. Descartes e a origem do Sujeito

O sujeito do conhecimento iniciou sua presença no mundo desde há muito tempo quando lançou suas interpretações míticas com o intuito de dar sentido ao mundo em sua volta. Ocorre que só no Século Dezessete, com René Descartes (se pronuncia Renê Decártes) é que o sujeito ganhou autonomia. Como assim autonomia ? É que nada garantia se esse sujeito existia ou não, se ele não existisse e se fosse tudo um sonho, logo tudo o que esse sujeito aprendesse do mundo ao redor também não existiria. Contudo, se o sujeito for real, então aumentam as possibilidades de seu conhecimento   ser real também. Ao concluir:" Penso, logo existo" Descartes garante não só o sujeito enquanto verdade mas também tudo aquilo que pensa, pois aprendemos com o filósofo que é o pensamento que garante a verdade das coisas. Mas vejamos como ele chegou a isso.

3. A dúvida cartesiana e suas consequências




Como dissemos acima, René Descartes nos ensina que o pensamento é o que garante a existência das coisas.  Ele chegou a essa conclusão a partir da seguinte postura:

Não aceitar como verdadeiro o conhecimento da tradição medieval, geralmente pautado na fé absoluta ou pela autoridade da Igreja. Era necessário um saber sólido que se sustentasse por si só, ou seja, uma verdade racional a qual ninguém duvidasse. Para isso ele adotou um método baseado em um ceticismo  radical*, algo que, por um determinado espaço de tempo,  duvidasse da existência de tudo para que ele então pudesse compreender se algo ainda assim iria resistir.

Desta forma, ele propõe alguns argumentos para consolidar seu método cético.


São eles:

a) Dúvida dos sentidos: onde devemos duvidar de todas as coisas o que os nossos sentidos (visão, olfato, audição, tato, etc)  nos informam e revelam sobre o que está ao nosso redor (objeto);

b) Dúvida dos sonhos: onde devemos duvidar do que realmente é realidade, considerando a possibilidade de a própria realidade ser um sonho;

c) Dúvida do Gênio Maligno ou Deus enganador: devemos duvidar se Deus realmente quer que encontremos a verdade, ou seja, Deus poderia não ser bondoso, mas  sim um ser  maligno que estaria nos enganando a cerca da verdade de modo que tudo que o nosso pensamento julgue verdadeiro seja falso.


Assim,  Descartes conclui que: se  nada do que  é visto ou sentido é verdadeiro, se nada na realidade pode ser de fato real e tudo que for feito diante desse real irá nos conduz ao erro, logo deve-se duvidar de tudo. Contudo, ao se duvidar de tudo, resta uma única coisa a qual não se pode duvidar:  de que se duvida.

Assim, "após este processo, Descartes chegou a uma conclusão: “Cogito, ergo sum”. Que significa: “Penso, logo existo”. Descartes entendeu, após passar pelos estágios de dúvida que a única coisa da qual ele não duvidava era da sua própria dúvida, assim entendeu que nem mesmo o possível Gênio Maligno poderia enganá-lo quanto a isto. Então ele percebeu que se ele dúvida, ou seja, se ele pensa que dúvida, logo ele está vivo, por tanto existe. Afinal não podemos duvidar da nossa própria dúvida. Você duvida da sua dúvida? "1

SE DUVIDO,  PENSO (a dúvida é um pensamento) SE PENSO, ENTÃO EXISTO!

Essa conclusão é revolucionária pois até então o sujeito estava preso ao próprio mundo confundindo-se com o objetos ao redor. Então, desta forma, o mundo ao nosso redor é real porque ele pode ser pensado. Os sentidos continuam sendo falhos, mas o pensamento os corrige. O ato de pensar é o que dá sentido a tudo e se houvesse a ausência do pensamento, não haveria nada, pois o que difere o sujeito do objeto é justamente essa capacidade de pensar de modo que agora não há dúvidas de que o sujeito de fato existe.


E como fica  Deus depois dessa certeza proposta por Descarte? A certeza de que eu existo a partir do meu pensamento?

O argumento de Descartes não só prova a existência do sujeito como também prova a existência de Deus além de livrá-lo da ideia de que ele é enganador e mal. Uma vez que se o ato de pensar é o que garante a minha existência e das demais coisas, conclui-se que quem me criou (Deus) só pode ser alguém bom, pois alguém ruim não nos criaria com a capacidade de pensar.



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Questões do ENEM











Enem 2013 Questão 1



TEXTO I

Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

TEXTO II
É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
SILVA, F.L. Descartes. a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se
  1. Aretomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.
  2. B
    questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.
  3. C
    investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.
  4. D
    buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados.
  5. E
    encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.

resolução

De acordo com René Descartes, o processo de formação do conhecimento dà-se a partir do método chamado por ele de ceticismo metodológico. Este consiste do pressuposto da dúvida de que um saber só pode ser reconhecido se puder ser provado. Dessa maneira, para se chegar à raiz do saber, será necessário questionar todas as ideias e pressupostos começando do zero. Só  assim, será alcançado o conhecimento verdadeiro e puro.
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Questão 02
(Fepese – SC– 2012) René Descartes tornou-se famoso pela frase “Cogito, ergo sum” (penso logo existo), pilar fundamental da filosofia:
a) Racionalista.
b) Fenomenológica.
c) Teocêntrica.
d) Empirista.
e) Liberal.

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Questão 03
(Fundação Carlos Chagas – SP – 2010). No Discurso do Método, René Descartes buscou estabelecer os procedimentos que asseguram a verdade das investigações científicas. Ele propõe quatro regras de conhecimento que seriam acessíveis a todos os homens que fazem uso de sua luz natural, quer dizer, da razão. Tais regras, que também seriam capazes de pôr abaixo todo pensamento dogmático e confuso produzido pela escolástica medieval, são:
a) As quatro regras matemáticas:
1. polinomiais; 2. algébricas; 3. aritméticas; 4. geométricas.
b) Os quatro princípios clássicos:
1. o princípio de não contradição; 2. o princípio do terceiro excluído; 3. o princípio do fundamento; 4. o princípio de identidade.
c) As quatro regras do método geométrico euclidiano.
d) As quatro regras do método científico:
1. Jamais aceitar algo como verdadeiro que não seja evidente. 2. Dividir as dificuldades em tantas partes quanto possível e necessário. 3. Começar pelo mais elementar e passar aos poucos ao mais complexo. 4. Fazer enumerações e revisões do conhecimento adquirido.
e) As quatro regras do Órganon aristotélico.
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Questão 04
(VUNESP – 2009) “Penso, logo existo” significa que
a) Minha alma pensa.
b) Meu corpo pensa.
c) Minha alma sente.
d) Meu corpo sente.
e) Meu corpo existe.

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 ATIVIDADE


QUESTÕES:

1. Porque o exercício da dúvida realizado por Descartes é conhecido como “dúvida metódica?
2. Por que Descartes não aceitava o saber da tradição anterior a ele?

3. Qual é a primeira certeza que rompe com a dúvida metódica? Explique como o filósofo chegou até ela.
4. Qual a o posicionamento adotado pelo filósofo para iniciar sua investigação?
5. Como era a noção de sujeito antes e depois de Descartes?

6. Enfim, Descartes prova ou não a existência de Deus a partir da sua constatação?



* Vale lembrar que Descartes não era cético, ele apenas adotou o ceticismo como método para chegar às suas conclusões. Muitos não compreendem isso e acabam julgando o filósofo de forma equivocada.

1. http://blogdoenem.com.br/descartes-e-duvida-filosofia-enem/

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

1º ano :: 2º Bim :: Uma breve abordagem sobre as Falácias

O que são falácias ?


São falsos argumentos que aparentam ser verdadeiros cujo  objetivo é convencer o interlocutor ou as pessoas ao redor que assistem como platéia a aceitarem como verdade algo que não é.

 


Onde ocorrem as falácias ?

Onde houver debates com ideias diferentes ou seja, em todo lugar onde  a partir do uso de argumentos é possível se obter uma conquista ou uma vantagem contra o adversário.
 
Por exemplo, alguém pode usar de falsos argumentos para convencer o técnico de um time a tirar determinado jogador e colocar outro em seu lugar. Se o técnico não for competente o suficiente e se deixar levar por argumentos falsos, ele será facilmente convencido.

Outro lugar onde as falácias são utilizadas é dentro de casa mesmo, quando você usa argumentos falsos  com seus pais para justificar o porquê de você não ter ajudado a lavar a louça, não ter arrumado o quarto ou mesmo  não ter tirado boas notas. Muitas pessoas ao invés de assumirem seus erros ou assumirem que não dominam determinado assunto preferem usar falácias para não saírem como perdedoras. 


Sempre existem falácias em debates?
 
Quase sempre, porém isso depende muito do tipo de debate que está ocorrendo. Isso porque há debates que realmente ocorrem em prol do conhecimento, onde os agentes envolvidos trocam informações e aquele que tem informações mais corretas e verdadeiras acaba por ajudar o outro que está despreparado. Logo, esse tipo de debate - que podemos chamar de debate pró verdade, ou amistoso e saudável - não utiliza falácias pois o objetivo maior é o conhecimento (onde todos saem ganhando) e não a vitória de um interlocutor frente ao outro. Esse tipo de debate é mais raro, pois no geral os debates não são amistosos.  



Quem pratica falácias ?

Todos nós somos seres falaciosos em potencial, obviamente há pessoas que utilizam isso como estilo de vida e outras que usam uma ou outra falácia de vez enquando. De um modo geral há áreas do saber cujo ambiente propicia mais o uso de falácias, tais como o Direito e a Política, o que não quer dizer que são áreas só de gente mentirosa. Alguns religiosos também utilizam deste artifício para convencer a grande maioria a aceitar o que está sendo dito.

Existem quantos tipos de falácias ?

Mais de trinta, porém aqui vamos apresentar apenas dez tipos, as mais conhecidas e mais utilizadas nos dabates públicos assim como meios de de defender delas. Vamos lá:



1. Falácia ataque ao adversário (ad hominem)

Quando na ausência de argumentos durante um debate você passa a atacar seu adversário no que diz respeito à sua vida pessoal. Exemplos:


 Em um debate sobre família um dos debatedores, já sem argumentos, ataca o outro da seguinte forma:

"Sim, você deve se calar neste assunto afinal você é filho de pais separados, logo nada do que você disser é confiável."


Outro exemplo:

"Não é seu pai que é um alcóolatra de carterinha? Acho que ninguém aqui deve acreditar no que você diz"
 
Defesa: Para se defender contra um ataque de falácia ad hominem, basta você chamar atenção do seu adversário de que ele está mudando o foco do debate ao atacar você e não suas ideias. No caso de haver platéia, mostre a ela que seu adversário perdeu seus argumentos ou não tem conhecimento sobre o assunto debatido, tanto que partiu para o ataque pessoal.
 


2. Espantalho
 
Quando um dos debatedores não tem conhecimento sobre um tema que está sendo debatido e, temendo que sua incompetência seja percebida pelo público, ele então passa a falar sobre outra coisa aparentemente igual e mais fácil de ser criticada. É quando deturpam  (alteram de propósito) o que você disse para passar a impressão de que se tem conhecimento sobre esse assunto. Por exemplo: 

Tema do debate: Educação sexual
 
Debatedor 1: Precisamos falar sobre educação sexual para os jovens de modo que eles possam obter informações sobre os riscos de gravidez precosse e de doenças sexualmente transmissíveis, pois os dados estatísticos mostram uma situação preocupante. 
 
Debatedor 2: Você realmente está propondo que se fale sobre sexo para jovens em sala de aula sem se preocupar com as consequências disso na vida deles ? A pornografia é a causadora disso tudo, de todos esses problemas, pois ela estimula a prática sexual. E você tem a coragem de propor um absurdo desses? Falar sobre pornografia em sala de aula ? Que absurdo ! Vocês estão vendo isso gente?!

Ao igualar "educação sexual" com "pornografia" o Debatedor 2 usou uma falácia de espantalho (alterou o objeto do debate), pois em nenhum momento o Debatedor 1 falou em pornografia ou algo parecido, ao contrário, seu objetivo é esclarecer sobre vida sexual saudável. 

Defesa: Para se defender contra um ataque de falácia espantalho, você precisa chamar atenção do seu adversário de que ele está mudando o foco do debate ao questionar uma coisa diferente do que você disse. No caso de haver platéia, mostre a ela que seu adversário perdeu seus argumentos ou não tem conhecimento sobre o assunto debatido, tanto que mudou o objeto do debate para algo mais fácil de ser criticado, ou seja, trouxe o conteúdo para sua zona de conforto.

 
3. Tu quoque (tu também)
 
Esta falácia pode ser considerada uma variação da falácia ad hominem, pois quando um dos debatedores não quer debater um determinado assunto que de certa forma expõe seus erros e equívocos, este então tenta inverter o foco da crítica para o outro debatedor que lhe questiona trazendo para o debate pontos críticos relativos ao outro que não estavam em discussão. Este tipo de falácia é muito comum em conversas entre duas pessoas ou reuniões profissionais, mas também podem ocorrer em situações de debates públicos . Exemplo:


Um casal de namorados decide se reunir para discutir a relação. Na ocasião, o costume do namorado de passar boa parte do seu tempo livre jogando video game se tornou objeto de crítica da namorada, basicamente ela estava reclamando por mais carinho e atenção. O namorado, ao invés de acolher as críticas, então usa a falácia tu quoque, dizendo algo como: "E tu? que não lava nem as louças da tua casa". Essa resposta, completamente fora do foco da discussão (excesso de jogatina) , demonstra que o namorado não quer tocar no assunto pois ele sabe que seus argumentos serão fracos diante dos dela.


Defesa: É essencial que se faça uma rápida pausa neste debate para que nela possa se mostrar que todos os demais assuntos podem ser debatidos, mas depois que o assunto presente seja debatido até o fim ou até que seja feito um novo acordo. Usar o "tu também" é um meio eficaz de fuga, mas que pode ser facilmente neutralizado trazendo o tema original de volta para o centro do debate.  
 
 
 
4. Anacronismo
 
Quando o debatedor utiliza um recurso válido no presente para refutar (ou mesmo destruir) uma ideia do passado, como se os mesmos parâmetros de agora pudessem ser aplicados antes sem problemas, ignorando completamente o contexto histórico da época. Por exemplo:

Debatedor 1 "A democracia surgiu na Grécia há dois mil e quinhentos anos e vem sofrendo mudanças desde aquela época até os dias atuais"

Debatedor 2 "A democracia é péssima hoje pois já nasceu machista, já que na Grécia as mulheres não podiam votar"

 

Defesa: Neste caso cabe o debatedor esclarecer que o contexto do passado era diferente do contexto presente, e que não faz sentido subjulgar um a partir do outro. Assim, o voto feminino resultou da própria evolução democrática ao longo dos séculos. É como comparar a performance de uma carroça com a de uma Ferrari enquanto há séculos de evolução tecnológica entre ambas. 
 
 
 
5. Falácia de apelo à tradição (anacronismo inverso)

Quando eu quero convencer alguém de que o que era feito antes era necessariamente melhor. Esse tipo de falácia atribui ao passado uma época sempre melhor do que o presente, e consequentemente tudo o que era feito no passado era melhor.  Um exemplo para ilustrar:


"Na minha época, quando os militares governavam,  o Brasil era muito melhor, não havia essa falta de vergonha na cara que vemos hoje."

Outro exemplo:

"Na minha época as mulheres eram melhores que as de hoje"


Defesa: Parecida com a falácia anterior, o apelo à tradição se apega a um passado glorioso sem no entanto considerar as limitações que haviam antes. É fácil, por exemplo, alegar que antes se vivia melhor porque havia menos poluição e criminalidade e ignorar, propositalmente,  que antes também havia mais pobreza, menos empregoa, menos tecnologia, etc. O debatedor deve se defender mostrando que não é possível concluir com precisão se uma época era de fato melhor que a outra já que essa é uma afirmação subjetiva. Apenas com dados comparativos de épocas diferentes é que é possível concluir algo nesta direção. 


 
6. Falácia de apelo à autoridade

Quando utilizamos o nome de alguma celebridade, seja ela do meio artístico, político, esportivo ou científico para dar um ar de "verdade" à nossa fala com intenção de convencer alguém. Exemplos:

"Se Aristóteles disse isso, então é verdade."

"Pelé disse para o povo se calar durante a Copa, se ele pediu isso, então vamos nos calar, afinal é o Pelé."

"Einstein disse que Deus existe, logo ele existe."

Há uma variação desta mesma falácia, quando se utiliza uma autoridade sem no entanto citar quem é, por exemplo. 

"Especialistas dizem que a Copa será um fracasso".  

Quem são esses especialistas ?? 

Ou

"Historiador disse que o Brasil nunca vai prosperar porque quando foi colonizado só vieram os ladrões de Portugal pra cá, então é um país corrupto desde sua origem ."  

Que historiador é esse ?
 
Defesa: Questionar se tal autoridade citada realmente afirmou algo pode parecer a defesa mais apropriada, porém não é. O melhor a ser feito em um caso como esses é tornar claro para todos que seu adversário está fazendo uso de personalidades para benefício próprio se aproveitando do peso do nome delas sem que haja como provar se é verdade ou não.
 
 
 
7. Falácia de apelo à força

Quando na ausência de argumentos você faz uso da sua força física ou da sua posição de poder dentro de determinada hierarquia para convencer o outro a seguir sua vontade. Exemplos:


"Ou você faz do meu jeito ou vai ser demitido"

"Se você não aceitar o meu verdadeiro amor eu vou lhe quebrar a cara!!"

 
 Defesa: Neste tipo de situação o melhor é acionar alguma autoridade competente, já que esse tipo de falácia vem acompanhada quase sempre de uma ameaça ou de uma situação vexatória que põe em risco a integridade física e moral da pessoa atacada.
 
 
 
 
 
8. Falácia de apelo à emoção
 
Quando o debatedor fica sem argumentos e utiliza recursos que emocionem a platéia de modo que faça com que a mesma não perceba sua incompetência. Ela se parece com a falácia de Espantalho, mas com um forte toque emotivo Por exemplo:

Debatedor 1: Vossa excelência precisa esclarecer à população o que fez com o dinheiro público que havia sido destinado à compra de merenda escolar mas desapareceu.

Debatedor 2: Vejam minha gente! Meu adversário não considera que eu estive doente! Que mês passado eu perdi minha mãe e meu irmão para esse vírus maldito que levou a vida de milhares de outros brasileiros. Meu adversário é um homem insensível!  Não considera o que eu passei nos ultimos meses e vem aqui me acusar em público!

Defesa: A primeira coisa que deve ser feito em uma situação como essa é separar a vida pública da vida privada do adversário falacioso. Basicamente, neste exemplo,  dizer que lamenta pelos problemas ocorridos na vida particular, mas que não está lá para discutir isso e sim as responsabilidades assumidas publicamente.
 
 
 
9. Falácia de apelo ao número (mesmo que apelo ao povo)

O número aqui se refere ao povo, à quantidade de pessoas envolvidas em determinado contexto. Aí você utiliza isso como argumento para convencer alguém a agir como a maioria está agindo. Exemplos:

"Amiga, todo mundo vai pra Parintins quem não for está por fora."

"Um monte de gente fuma maconha, eu vou fumar também"

"Fulano é corrupto, mas se todo mundo votar nele eu voto também"
 
 
 
 Defesa: Lembrar ao debatedor falacioso e para a platéia que o critério quantitativo não garante absolutamente nada no que diz respeito à decisões estritamente individuais.  Não há garantias reais de que a vontade da maioria é necessariamente a melhor opção a ser seguida.
 

10. Falácia Non Sequitur (não se segue)

Em um non sequitur, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa, mas o argumento é falacioso porque há falta de conexão entre a premissa inicial e a conclusão. Por exemplo:

 Debatedor 1: Pessoas morreram  de câncer na boca e na garganta bem antes de o cigarro ser inventado...

Debatedor 2: Você está certo neste ponto, mas e então?

Debatedor 1:Então eu posso concluir que o cigarro não causa câncer... 

 

Outro exemplo...

 
 Debatedor 1: a grande maioria das pessoas usa e gosta de celular


 Debatedor 2: sim, é verdade...concordo


 Debatedor 1: Se eu comprar um celular elas vão gostar de mim também

 Debatedor 2: 😟😟😟



 Defesa: Mostrar que o conteúdo da conclusão não tem conexão como o que foi dito antes, ou seja, mostrar que uma coisa não tem nada a ver com a outra



Conclusão

Enfim, sempre que alguém tentar convencer você de algo, veja se essa pessoa está utilizando argumentos verdadeiros. Como dito antes, tentar convencer não é algo ruim, desde que seja algo baseado em verdades e não em falsas verdades ou mesmo mentiras. Você mesmo se for tentar convencer alguém, tente fazer isso utilizando argumentos verdadeiros ou pelo menos próximos disso, caso contrário você estará sendo falacioso e a falácia, assim como a mentira, pode ser evidenciada a qualquer momento.