O
filósofo Platão é um dos mais importantes nomes da filosofia
ocidental. Mais detalhes sobre sua biografia acesse: Vida de Platão
Por aqui
vamos nos ater ao pensamento filosófico e ao seu desdobramento na
política (aulas 2 e 3).
Quando
etramos em um grupo para um jogo ou para um trabalho em equipe e após
um certo tempo decidimos sair por achar que aquele grupo não
corresponde ao que esperávamos, estamos sendo idealistas, ou pelo
menos refletindo parte do idealimo. O mesmo ocorre quando decidimos
romper um relacionamento com alguém após “descobrir” coisas
sobre a pessoa que antes não sabíamos. Essa descoberta nos leva a
uma certa decepção e a partir dela podemos tomar algumas decisões,
entre elas o término do namoro ou amizade, etc.
Pergunta:
por que nos decepcionamos ? Uma resposta platônica seria a de que o
que ocorreu no relacionamento manchou a “ideia” que se tinha
daquela pessoa. Ora, mas de onde vem essa ideia ? Para Platão,
estamos sempre correndo o risco de nos decepcionar, pois vivemos em
um mundo que é uma “cópia imperfeita” do mundo ideal, que por
sua vez é eternamente perfeito, ou seja, o amor que sentimos por
alguém é perfeito enquanto condizer com o que era imaginado, a
partir do momento que deixa de condizer, passa a ser imperfeito.
Deste
modo, nossa vida na terra tem um objetivo bem claro para Platão:
reproduzir no mundo que vivemos tudo aquilo de perfeito que vimos no
mundo ideal. Como se o ideal (por isso é chamado de pensamento
idealista) servisse de guia para a vida. Vejamos um diálogo* entre
Platão e um aluno seu, para facilitar no entendimento deste assunto:
- Mas o que é o ideal ? É só uma ideia pensada ? (aluno)
- Não. O ideal é uma ideia “lembrada” atraves do pensamento. (Platão)
- Como assim lembrada ?? Lembrar de algo que eu já vivi antes? (aluno)
- Sim, mas essa experiência a ser lembrada não ocorreu quando você era pequeno (Platão)
- Ocorreu quando então ? (aluno)
- Quando você não era nem nascido...(Platão)
- Mas como assim ?? Como posso lembrar de algo antes de eu nascer ?? (aluno)
- É que antes de nascer você estava em um lugar onde tudo é perfeito...(Platão)
- Mas eu nem era nascido !!?? (aluno)
- De corpo não, mas de alma sim e sua alma passou por lá pelo mundo ideal e viu muitas coisas, todas elas perfeitas. (Platão)
- E daí?? O que ocorreu depois ? (aluno)
- Quando você nasceu e veio para este mundo, sua alma guardou tudo aquilo que ela viu, o problema é que ela esqueceu, mas quando você pensa você lembra aos poucos, entendeu ? (Platão)
- Então quando se eu quero construir uma casa e eu penso em uma , isso significa que eu estou lembrando de uma casa que eu vi antes de nascer ? (aluno)
- Sim...isso mesmo. E a forma da casa que você viu lá era eternamente perfeita (Platão)
- Interessante....todo pensamento é uma rememoração, então eu já nasci sabendo ? (aluno)
- Sim, mas você esqueceu tudo...pensar é a única forma de lembrar, pois o pensamento é um exercício espiritual e não físico. (Platão)Para Platão, seguindo a tradição de Parmênides, aquilo que é percebido pelos sentidos nos conduz ao erro. Ouvir um som, ver algo, sentir o cheiro de algo, etc..todas essas coisas podem nos conduzir à conclusões erradas. Um exemplo de uma ilusão de ótica:
Isso porque nossos sentidos são falhos e nos afastam da verdade. Apenas o pensamento é a via mais segura para se chegar a algo verdadeiro porque, como foi dito antes, força o espirito a lembrar das formas perfeitas e verdadeiras vistas anteriormente.* Este diálogo não existiu, é apenas uma ilustração didática para se compreender o pensamento idealista de Platão
Nenhum comentário:
Postar um comentário